O Projeto
Os núcleos rurais Testo Alto e Rio da Luz, separados pela Serra de Jaraguá, localizam-se em pequenos vales, respectivamente, em Pomerode e Jaraguá do Sul, região em que predominam pequenas propriedades com base na agricultura familiar.
Nessas áreas, perduram traços de sua formação, como aspectos linguísticos, festas típicas, hábitos culinários e religiosos – próprios de contexto rural. Encontram-se também, em número considerável, edificações que remetem ao período colonizatório.
Como reconhecimento às suas referências ao contexto da imigração europeia no Vale do Itajaí, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) estabeleceu o tombamento do Conjunto Rural Testo Alto e do Conjunto Rural de Rio da Luz em 2007. Foi, portanto, formalizada a relevância histórica e cultural das edificações individuais ou conjuntas e da área rural circundante.
Valorizar esse patrimônio cultural é o objetivo central do Projeto Lumiar.
O Projeto surgiu com o licenciamento ambiental, mecanismo indispensável para que se implantasse a linha de transmissão na faixa territorial Blumenau – Curitiba, que cruza a poligonal de tombamento do Rio da Luz e de Testo Alto, bairros contemplados pelas medidas de compensação ligadas ao empreendimento. A linha de transmissão pertence à empresa Copel, que contratou a Espaço Arqueologia para implementar o Projeto Lumiar.
Para isso, pesquisadoras e pesquisadores da Espaço Arqueologia realizam mapeamento da cultura imaterial referente saberes, celebrações, lugares e formas de expressão das famílias locais, documentados por meio de falas, fotografias e peças audiovisuais. Já para o levantamento arquitetônico das edificações históricas e de seu entorno foram elaborados croquis para ilustrar as técnicas construtivas presentes na região, junto a fotografias e relatos dos moradores. A população, em especial mais idosa, foi convidada a apresentar suas vivências.
O resultado desses dois anos de pesquisa desdobraram-se em vários produtos: além deste portal que disponibiliza todo o trabalho para acompanhamento público, foi criado um aplicativo para celular, dois livros e vídeos retratando alguns dos saberes e memórias, um mapa impresso e placas informativas. Houveram ainda atividades educativas com professores e estudantes da rede escolar, agentes públicos, guias de turismo e população interessada.